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Este manifesto, lançado no dia 28 de maio de 2023, tem a intenção de mostrar que ainda há muito o que se fazer pela DIGNIDADE MENSTRUAL. O tema é abrangente e complexo, não envolvendo apenas a distribuição de absorventes, mas principalmente a educação menstrual, a qual defendemos de forma ampla. Nossa intenção é que este manifesto chegue ao máximo de pessoas possível para a compreensão de que apesar de estarmos no caminho da luta de direito das pessoas que menstruam, ainda faltam direitos a serem conquistados.
O Manifesto é uma iniciativa do Instituto Rebbú juntamente com mais cinco movimentos em prol da Dignidade Menstrual no Brasil:
O Manifesto
Hoje
Podemos admitir que menstruamos
Compramos soluções menstruais de vários tipos: coletores, absorventes descartáveis e ecológicos, internos e externos em farmácias, supermercados e até postos de gasolina!
Hoje
Temos mulheres na política e
Diversos movimentos, coletivos, organizações que lutam pela causa
Hoje
Existe o dia 28 de maio, o Dia Internacional da Dignidade Menstrual
E celebramos a criação do Programa de Proteção e Promoção da Saúde e Dignidade Menstrual
Mas não é o suficiente!
A menstruação é um processo natural dos corpos de cerca de metade da população mundial, mas a sociedade ainda a enxerga como um tabu. A vergonha de sangrar continua presente.
É hora de mudarmos isso!
O manifesto não é só sobre absorvente, é sobre dignidade menstrual.
É sobre ter acesso a uma solução menstrual de forma digna, acessível e saudável.
É ter acesso às condições como saneamento básico para lidar com o seu ciclo menstrual.
Não é só sobre proteção, é sobre direito à informação e de escolha.
É também poder falar abertamente sobre o assunto, sem julgamentos ou preconceitos. É conhecer o seu próprio corpo, perceber as modificações de sua biologia e estar em contato com todos os aspectos (hormônios, órgãos, ciclos) que fazem parte do seu eu. É deixar de ser um monstro desconhecido e ser autoconhecimento.
Não é só sobre o momento em que estamos menstruadas, é sobre como essa experiência impacta todas as áreas de nossas vidas. É sobre garantir que ter um útero não seja uma barreira para o desenvolvimento pessoal e profissional.
É sobre compreender que algumas pessoas podem ter dores menstruais crônicas durante seu período menstrual e que devem ter o direito às leis que as amparam nesses momentos, sem prejuízo em seus salários, é sobre o direito à licença menstrual, é sobre o direito de gerenciar a menstruação de forma digna.
Não é só sobre ter opções, é sobre analisar o impacto ambiental de cada uma destas opções. Os absorventes descartáveis, por exemplo, têm plásticos não recicláveis como base. Após o seu breve uso, que é de aproximadamente 4 horas, esse produto é descartado e demora mais de 400 anos para se decompor, sendo levado para aterros sanitários ou contaminando solos, mares e rios. Ou seja, o primeiro absorvente descartável usado no mundo ainda está por aí.
Não é só sobre aceitar uma solução única, mas sobre poder fazer escolhas mais saudáveis para seu próprio corpo. A solução mais comum para a maioria das pessoas, os absorventes descartáveis, possuem química para branqueamento das fibras, uso de odorizadores entre outros componentes potencialmente nocivos que podem causar alergias e infecções.
Não é só sobre absorventes, mas sobre eles deixarem de ser taxados como itens supérfluos e serem inseridos em cestas básicas como itens essenciais.
Não é só sobre as mulheres, é sobre todas as pessoas que menstruam. É sobre reconhecer homens trans, pessoas não binárias, garantindo que todas, todos e todes tenham seus direitos estabelecidos.
É também sobre pessoas indígenas, quilombolas e ribeirinhas, respeitando suas tradições e rituais. Não é só sobre absorventes, é conceder o seu direito à terra.
É sobre pessoas que menstruam e vivem em situação de rua terem acesso a absorventes, mas também sobre possuírem locais nos quais possam gerenciar seu período menstrual de forma digna sem sofrerem discriminação ou serem hostilizadas.
Não é só sobre a distribuição de absorventes nas escolas, mas também sobre a inserção da educação menstrual como parte da grade curricular, banheiros com portas e disponibilização de papéis higiênicos, é sobre a escola ser um lugar seguro para menstruar.
É oferecer dignidade menstrual às pessoas com deficiência, disponibilizar infraestrutura acessível em locais públicos e privados. É respeito aos banheiros das pessoas com deficiência!
E as pessoas aprisionadas? Não podem ser esquecidas e merecem que seu direito seja estabelecido, independentemente da sua idade ou gravidade de delito.
Mas também é sobre pessoas que não menstruam. Pessoas que menstruam estão em todos os lugares e merecem o respeito e acolhimento das pessoas que não menstruam, na convivência familiar, nos relacionamentos, no trabalho, nas escolas, nas igrejas, na política, em hospitais e postos de saúde.
Não é só sobre o que já foi conquistado, é sobre o que ainda precisa ser feito. É sobre continuar lutando por direitos e pela dignidade menstrual de todos os corpos. Afinal, corpos que menstruam são diversos, são únicos.
O manifesto não é só sobre absorvente, é sobre dignidade.
Junte-se a nós nesta luta.
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